terça-feira, 25 de novembro de 2008

Destroço, de Luís Serpa

Quando a vontade de escrever, o jeito e a imaginação escasseiam, é sempre bom encontrar um post destes para o copiar. Retirado do Don Vivo do Luís Serpa, uma referência cada vez mais brilhante.

Destroço

Quando a encontrei era um destroço, devastada por passados que a perseguiam como "facas lançadas por um artista de circo a uma roda que não sabe para que lado girar". Levei-a para casa, dei-lhe de comer e disse-lhe para ir dormir. "Há muito tempo que para mim o sono", explicou-me, "não passa de uma sucessão de pesadelos". "Não são os passados. São os futuros. E não há nada a fazer: tens que passar por lá", respondi. Um dia disse-me "o futuro é um passado que se enganou, graças a ti".

M.