... de volta.
M.
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terça-feira, 8 de janeiro de 2013
12 horas
Afinal é daqui a 12 horas.
Acabei de chegar a Aveiro e fazer o check in no hotel. Amanhã embarco de novo por mais uns meses. Vai ser mais mar e provavelmente mais tempo. Pelo menos espero.
Está tudo pronto. Agora é altura de testar se ainda me recordo do caminho para aquele maravilhoso bife que comi da última vez que aqui estive, há uns meses atrás. O taxista falou-me de um restaurante supostamente ainda melhor.
Não sei se me apetece ser assim tão ganacioso. Excelente parece-me suficiente.
Já vejo
M.
Acabei de chegar a Aveiro e fazer o check in no hotel. Amanhã embarco de novo por mais uns meses. Vai ser mais mar e provavelmente mais tempo. Pelo menos espero.
Está tudo pronto. Agora é altura de testar se ainda me recordo do caminho para aquele maravilhoso bife que comi da última vez que aqui estive, há uns meses atrás. O taxista falou-me de um restaurante supostamente ainda melhor.
Não sei se me apetece ser assim tão ganacioso. Excelente parece-me suficiente.
Já vejo
M.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Ainda cá estou.
À espera que me confirmem se o embarque é dia 7 ou dia. Ou outro dia.
Só não tenho é ligado nenhuma a isto.
M.
Só não tenho é ligado nenhuma a isto.
M.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Ainda não o li...
A Tempestade do Destino
Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. É uma tempestade de areia assim que deves imaginar. (...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros. E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.
Haruki Murakami, in 'Kafka à Beira-Mar'
... Mas parece-me um bom título para levar caso decida aceitar o embarque de novo para aqueles mares que me propuseram. Este prevê-se a dia 26 de Dezembro. Desta vez e se correr tudo como previsto será uma viagem mais próxima dos 5 meses do que dos 3. E com mar de inverno. A sério.
O dinheiro está a acabar-se a bom ritmo, sempre disse que a embarcar de novo que fosse no inverno para sentir a coisa em pleno e não perder o verão, quanto mais cedo embarcar mais cedo estou de volta, quanto mais cedo regressar mais fácilmente arranjo trabalho na vela e transportes na primavera e verão, fujo ao caos que está instalado em terra e na minha vida e acrescento ao curriculo mais uma passagem de ano estranha, coisa a que já vou estando habituado e não me choca particularmente. Faz todo o sentido.
Tenho até ao fim desta semana para decidir.
M.
Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. É uma tempestade de areia assim que deves imaginar. (...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros. E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.
Haruki Murakami, in 'Kafka à Beira-Mar'
... Mas parece-me um bom título para levar caso decida aceitar o embarque de novo para aqueles mares que me propuseram. Este prevê-se a dia 26 de Dezembro. Desta vez e se correr tudo como previsto será uma viagem mais próxima dos 5 meses do que dos 3. E com mar de inverno. A sério.
O dinheiro está a acabar-se a bom ritmo, sempre disse que a embarcar de novo que fosse no inverno para sentir a coisa em pleno e não perder o verão, quanto mais cedo embarcar mais cedo estou de volta, quanto mais cedo regressar mais fácilmente arranjo trabalho na vela e transportes na primavera e verão, fujo ao caos que está instalado em terra e na minha vida e acrescento ao curriculo mais uma passagem de ano estranha, coisa a que já vou estando habituado e não me choca particularmente. Faz todo o sentido.
Tenho até ao fim desta semana para decidir.
M.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Amanhã às 9
... Estou a largar.
Se tudo correr bem, volto daqui a 3 a 5 meses.
Sigo hoje para Aveiro.
Levo uma mala cheia de livros, filmes, material de desenho, algumas ideias e projectos para fazer a bordo e alguma roupa. Levo alguns receios porque nunca fiz este trabalho e quero que corra bem. Sei que de ínicio não vai ser fácil e vou ter que conquistar o meu espaço no meio de uma tripulação de homens do mar experientes e de outra escola diferente da minha.
Tenho a esperança de pararmos uns dias em St. John mas sei que pode não acontecer e ser sempre no mar sem escalas.
Estou preparado para o pior mas à espera do melhor. Como sempre.
Não tive tempo para escrever mais sobre o processo porque isto tem andado uma loucura.
A ver se na viagem o faço.
De qualquer maneira, até já e aproveitem o que é bom.
M.
Se tudo correr bem, volto daqui a 3 a 5 meses.
Sigo hoje para Aveiro.
Levo uma mala cheia de livros, filmes, material de desenho, algumas ideias e projectos para fazer a bordo e alguma roupa. Levo alguns receios porque nunca fiz este trabalho e quero que corra bem. Sei que de ínicio não vai ser fácil e vou ter que conquistar o meu espaço no meio de uma tripulação de homens do mar experientes e de outra escola diferente da minha.
Tenho a esperança de pararmos uns dias em St. John mas sei que pode não acontecer e ser sempre no mar sem escalas.
Estou preparado para o pior mas à espera do melhor. Como sempre.
Não tive tempo para escrever mais sobre o processo porque isto tem andado uma loucura.
A ver se na viagem o faço.
De qualquer maneira, até já e aproveitem o que é bom.
M.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
A confirmar-se
... embarco na 4ª feira da semana que vem.
Caraças!
Isto veio precipitar as coisas.
M.
Caraças!
Isto veio precipitar as coisas.
M.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Tenho à minha frente a chávena de café que trago sempre do bar da dona C. para a minha secretária, a largar o aroma de café pelo corredor e sala de baixo que me separam daquele espaço. É um ritual que faço duas vezes ao dia desde que me mudei para este gabinete. De manhã e de tarde entro no edifício, pico o ponto, dirijo-me a aquela divisão que insistem chamar bar da Dona C., peço-lhe o café ao que ela, com mais de 80 anos, pergunta quase sempre se quero “curta ou normal?” porque sabe que gosto de baralhar rotinas. Ponho o açúcar, pago e trago o café para aqui deixando para trás o papaguear de quem ali está. Atravesso o corredor, entro na sala, cumprimento quem cá está, subo as escadas em caracol para a mezanine, Pouso a chávena no lado esquerdo da mesa, largo as tralhas e ligo o computador enquanto mexo lentamente com a colher. Desde que faço isto deixei de beber café a escaldar. É o tempo perfeito para diluir o açúcar e ficar à temperatura perfeita para ser saboreado. Enquanto o bebo, vejo os mails, no caso de ser de manhã vou acordando, organizo as coisas e dou uma vista de olhos nos meus Google readers. É também um tempo bom para aguentar e esperar pelo segundo café (bebido algures na hora seguinte e já ao balcão) para fumar um cigarro, quase sempre sentado ou encostado ao murete de baixo da laranjeira em frente à igreja. Sou um gajo de rituais. Gosto destes rituais.
Mas o que gosto mais dos rituais é o ritual de mudar de rituais quando já os saboreei. E revivê-los de vez em quando. Os meus rituais marcam épocas e estados de espírito concretos. E raramente são os mesmos ao longo dos tempos.
Hoje foi a última vez deste ritual. A Dona C. lamenta a minha saída, diz que gostava que eu ficasse e pergunta se volto. Está morta por saber o que vou fazer quando sair daqui. Pouca gente sabe e já ouvi dizer que andam a fazer apostas. Digo-lhe que não sei mas que ainda nos vemos porque venho visitá-la e beber um café. Ao balcão. Ela diz que se eu voltar daqui a um ano pode já não estar cá. Que é assim mesmo. Mais dia, menos dia deixa de cá estar e que vai servindo os cafés durante o dia e vendendo o pão no mercado ao fim de semana para se manter ocupada e animada enquanto a morte não vem.
Penso nisso enquanto bebo o café. Sei que daqui a um ano pode estar tudo diferente. Sei também que, há semelhança do que se passou nos últimos anos, poderá estar tudo mais ou menos na mesma. E que, há semelhança do que tem acontecido, a haver mudanças aqui, estas raramente são para melhor.
Não quero pensar muito nisso do como serão as coisas daqui a um ano. Logo se vê. Daqui a pouco, antes de fumar e quando o bar estiver vazio vou lá beber mais um café, ao balcão, despedir-me da Dona C. com dois beijos e dizer-lhe um até já. Sendo que esse até já poderá ser até sempre.
Vou despedir-me de algumas pessoas. Outras se as encontrar pelo caminho também me despeço e desejo boa sorte. Outras nem isso porque não me interessam e aqui há demasiada gente para estar a meter tudo no mesmo saco. Há pessoas aqui das quais não me despeço. Sei que farão sempre parte de mim e da minha vida e que mais semana menos semana, mais mês menos mês, ou mais ano menos ano, estaremos a almoçar ou a beber café algures fora daqui. Ou trocar mails sobre o que mudou e não mudou e se a dona C. continua do alto do seu metro e meio e 80 e tal anos, a servir cafés entre protestos e semi-rabugisses.
Logo se vê.
Mas o que gosto mais dos rituais é o ritual de mudar de rituais quando já os saboreei. E revivê-los de vez em quando. Os meus rituais marcam épocas e estados de espírito concretos. E raramente são os mesmos ao longo dos tempos.
Hoje foi a última vez deste ritual. A Dona C. lamenta a minha saída, diz que gostava que eu ficasse e pergunta se volto. Está morta por saber o que vou fazer quando sair daqui. Pouca gente sabe e já ouvi dizer que andam a fazer apostas. Digo-lhe que não sei mas que ainda nos vemos porque venho visitá-la e beber um café. Ao balcão. Ela diz que se eu voltar daqui a um ano pode já não estar cá. Que é assim mesmo. Mais dia, menos dia deixa de cá estar e que vai servindo os cafés durante o dia e vendendo o pão no mercado ao fim de semana para se manter ocupada e animada enquanto a morte não vem.
Penso nisso enquanto bebo o café. Sei que daqui a um ano pode estar tudo diferente. Sei também que, há semelhança do que se passou nos últimos anos, poderá estar tudo mais ou menos na mesma. E que, há semelhança do que tem acontecido, a haver mudanças aqui, estas raramente são para melhor.
Não quero pensar muito nisso do como serão as coisas daqui a um ano. Logo se vê. Daqui a pouco, antes de fumar e quando o bar estiver vazio vou lá beber mais um café, ao balcão, despedir-me da Dona C. com dois beijos e dizer-lhe um até já. Sendo que esse até já poderá ser até sempre.
Vou despedir-me de algumas pessoas. Outras se as encontrar pelo caminho também me despeço e desejo boa sorte. Outras nem isso porque não me interessam e aqui há demasiada gente para estar a meter tudo no mesmo saco. Há pessoas aqui das quais não me despeço. Sei que farão sempre parte de mim e da minha vida e que mais semana menos semana, mais mês menos mês, ou mais ano menos ano, estaremos a almoçar ou a beber café algures fora daqui. Ou trocar mails sobre o que mudou e não mudou e se a dona C. continua do alto do seu metro e meio e 80 e tal anos, a servir cafés entre protestos e semi-rabugisses.
Logo se vê.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Em forma de equilibrio de dois posts gigantes, densos e desgastantes
... tenho a dizer que daqui a uma semana já não estarei a trabalhar aqui.
Ainda não estou em mim.
M.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Ponto de Situação (IV)
O mais importante de tudo é que dei hoje formalmente entradada da papelada necessária para dia 1 de Junho sair daquele antro que me emprega há 10 anos. Quis fazê-lo hoje considerando que amanhã é 25 de Abril, dia da liberdade. Celebra-se esta noite as liberdades e a sensação posso dizer que é no minimo, saborosa.
O segundo mais importante de tudo é que embarco amanhã para Malta. Fomos ver o veleiro à boia e confirmar- se não nos tinham roubado os mantimentos. Tudo em ordem e pronto.
Amanhã é dia de acordar, ir ao mercado comprar frescos, carregar as tralhas para o barco e largar.
Hoje é noite de celebrar.
Até ao meu regresso e Viva a Liberdade.
M.
O segundo mais importante de tudo é que embarco amanhã para Malta. Fomos ver o veleiro à boia e confirmar- se não nos tinham roubado os mantimentos. Tudo em ordem e pronto.
Amanhã é dia de acordar, ir ao mercado comprar frescos, carregar as tralhas para o barco e largar.
Hoje é noite de celebrar.
Até ao meu regresso e Viva a Liberdade.
M.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Ponto de situação III
Falta uma semana.
Casco pintado, lockers arrombados, barco totalmente vasculhado, cana de pesca (fraquita) encontrada, o grosso das compras está feito e arrumado no seu sitio. Foi a primeira vez que estive neste processo de escolher o que se leva. É engraçado isso e programar o que se vai comer e beber durante cerca de 10 dias, com a alternativa de menú de bom tempo e menú de mau tempo. E mimos, claro. Nem eu nem o skipper somos fãs de beber (muito) a navegar por isso vão só duas garrafas de vinho (ele é mais cerveja). Uma para ir bebendo e outra melhor que será aberta quando houver algo que justifique um brinde. Depois vão 3x24 minis que tenho esperanças que uma das caixas seja para o dono do barco quando lá chegarmos ou gastas numa qualquer marina em que queiramos ou precisemos de parar. Vão 4 guiness que farão a vez do bom vinho. Uns patés especiais de corrida e o resto é enlatados de toda a variedade. Os frescos compramos no dia da partida. Vamos tratarmo-nos bem e tenho uma certa curiosidade ver quanto daquilo que comprámos vai ser consumido.
Hoje levámos 6 jerricans de gásoleo para atestar o depósito e vermos quanto vai gastar até Gibraltar. Enchemos o depósito de água, carregámos as baterias e testámos os instrumentos e luzes. Percebemos que o radar tem aquele aspecto de zx sepectrum de fundo preto e linhas verdes, com direito a tremeliques meio hipnóticos e o leme não funciona. O skipper acha que é falta de óleo e amanhã confirma-se se é ou não.
Se tudo correr como previsto, 6ª feira o veleiro vai para a água e terá o seu teste quando o levarem para a bóia onde ficará fundeado até partirmos. Lamentávelmente não vou poder ir porque estou a trabalhar. As cartas necessárias estão a bordo e essencialmente estamos prontos para partir resolvido o leme preguiçoso e passadas as escotas da genoa e o life line.
pronto. é isto. Faltam as últimas compras, fazer a mala e arrancar.
Da outra viagem, já maior, agora não me apetece falar ou pensar muito nisso. Já sei que não estou com nenhuma doença terminal para além da minha estupidez natural, tenho análises e um atestado que o confirmam. Provalmente meto os papeis de saída ainda esta semana e embarco em Junho. Provavelmente falta dizer mais coisas mas estou cansado por isso logo penso no assunto.
M.
Casco pintado, lockers arrombados, barco totalmente vasculhado, cana de pesca (fraquita) encontrada, o grosso das compras está feito e arrumado no seu sitio. Foi a primeira vez que estive neste processo de escolher o que se leva. É engraçado isso e programar o que se vai comer e beber durante cerca de 10 dias, com a alternativa de menú de bom tempo e menú de mau tempo. E mimos, claro. Nem eu nem o skipper somos fãs de beber (muito) a navegar por isso vão só duas garrafas de vinho (ele é mais cerveja). Uma para ir bebendo e outra melhor que será aberta quando houver algo que justifique um brinde. Depois vão 3x24 minis que tenho esperanças que uma das caixas seja para o dono do barco quando lá chegarmos ou gastas numa qualquer marina em que queiramos ou precisemos de parar. Vão 4 guiness que farão a vez do bom vinho. Uns patés especiais de corrida e o resto é enlatados de toda a variedade. Os frescos compramos no dia da partida. Vamos tratarmo-nos bem e tenho uma certa curiosidade ver quanto daquilo que comprámos vai ser consumido.
Hoje levámos 6 jerricans de gásoleo para atestar o depósito e vermos quanto vai gastar até Gibraltar. Enchemos o depósito de água, carregámos as baterias e testámos os instrumentos e luzes. Percebemos que o radar tem aquele aspecto de zx sepectrum de fundo preto e linhas verdes, com direito a tremeliques meio hipnóticos e o leme não funciona. O skipper acha que é falta de óleo e amanhã confirma-se se é ou não.
Se tudo correr como previsto, 6ª feira o veleiro vai para a água e terá o seu teste quando o levarem para a bóia onde ficará fundeado até partirmos. Lamentávelmente não vou poder ir porque estou a trabalhar. As cartas necessárias estão a bordo e essencialmente estamos prontos para partir resolvido o leme preguiçoso e passadas as escotas da genoa e o life line.
pronto. é isto. Faltam as últimas compras, fazer a mala e arrancar.
Da outra viagem, já maior, agora não me apetece falar ou pensar muito nisso. Já sei que não estou com nenhuma doença terminal para além da minha estupidez natural, tenho análises e um atestado que o confirmam. Provalmente meto os papeis de saída ainda esta semana e embarco em Junho. Provavelmente falta dizer mais coisas mas estou cansado por isso logo penso no assunto.
M.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Ponto de situação II
O aluguer de quarto está assegurado de Julho a Setembro pelo menos. É a um amigo que já cá morou uns meses, conhece os cantos à casa, rega-me as plantas quando precisarem e vê-me o correio. Tem a grande vantegem de qualquer um de nós estar à vontade o que implica não ter que me preocupar tanto com "organizar" a casa para um estranho ou estranha.
Há hipótese de alugar um 2º quarto entretanto. Se houver um alugado, excelente. Dois, perfeito.
O passaporte está pronto. As análises estão feitas e vou buscá-las esta semana. Agora é levá-las ao meu médico para que diga a sentença das desgraças que me provoco. A biblioteca aumenta e as coisas estão relativamente organizadas.
Falta agora meter a papelada para saír do trabalho, informar-me de Seguranças Sociais e essas merdas burocráticas, mais um eventual seguro que tenho de pensar se faço. A ver.
Os cancros que vieram do ano passado arrastam-se e estão a precisar de uma terapia intensiva para recuperarem o tempo perdido. Espero que estas duas semanas sejam mais produtivas.
O embarque para Malta está marcado para o 25 de Abril. Tive o privilégio de poder escolher a data de partida. Fui com o P., o skipper. ver o bote no outro dia. Está em doca seca para pintar o casco o que espero que aconteça esta ou na próxima semana. Não é nada do outro mundo, um Jenneau Espace 1000, um bocado chaço por já ter umas décadas e não revelar uma manutenção brilhante, com aspecto de ter estado mais tempo parado a ser usado como casa de fim de semana do que a navegar. Não vou totalmente confiante com a robustez do bicho e cabos, adriças e escotas que lá estão, mas se o skipper não está preocupado, eu também não. Cheira-me que aquela janelagem toda vai meter água se formos à bolina e apanharmos mar de proa a sério. Mas tudo bem. Logo se vê. O motor pelo menos tem bom aspecto.
Há de lá chegar e depois de atravessar o estreito de Gibraltar, ficamos mais descansados.
Não tem AIS, o que gosto de ter sempre a bordo porque me reconforta saber que à noite sou um triângulo que aparece nos monitores dos super cargueiros que ali circulam em vez de um conjunto de luzinhas no mar e umas manchas no radar deles. Também não tem ploter, o que até me agrada porque assim a navegação vai ser à Carta, coisa que gosto de saber que vou aprender a usar como deve ser.
A porta teve de ser arrombada porque o dono do barco achou boa ideia levar as chaves e documentos para Malta. Antes da acção invasiva, ao espreitarmos lá para dentro ficamos animados por vermos que tinha um posto de navegação interior, ainda que com um leme um bocado foleiro, já que imaginámos nos turnos mais longos da noite ou de mau tempo não ter que se estar sempre lá fora. Ficámos desanimados por verificarmos ao entrarmos que o leme que lá está é meramente decorativo.
Fizemos uma vistoria geral ao material a bordo. Lá está. Barco de passeio de fim de semana, com direito a bibelots. Só faltam naperons. A lista de material em falta é grande mas ainda falta arrombarmos os dois lockers da popa, onde calculamos que esteja grande parte dele. Já sabemos que só leva 130 L de combustivel, o que não chega para não fazermos escalas se o motor for ligado grande parte do tempo. Levamos mais uns quantos litros de combustivel em jerricans que atestaremos em Gibraltar e a partir daí seria bom uma navegação directa. Ainda que não me desagradasse uma escala de uma noite algures na Sardenha ou Sicilia, também não me desgada a ideia de chegar a Malta a tempo de passar uns dias por lá antes do vôo de regresso.
A lista de mantimentos está alinhavada e vamos às compras este fim de semana. Nos próximos tempos vamos andar à volta do barco a preparar as coisas. Tudo isto é um processo que gosto e faz parte do embarque.
Para já é isto.
M.
Há hipótese de alugar um 2º quarto entretanto. Se houver um alugado, excelente. Dois, perfeito.
O passaporte está pronto. As análises estão feitas e vou buscá-las esta semana. Agora é levá-las ao meu médico para que diga a sentença das desgraças que me provoco. A biblioteca aumenta e as coisas estão relativamente organizadas.
Falta agora meter a papelada para saír do trabalho, informar-me de Seguranças Sociais e essas merdas burocráticas, mais um eventual seguro que tenho de pensar se faço. A ver.
Os cancros que vieram do ano passado arrastam-se e estão a precisar de uma terapia intensiva para recuperarem o tempo perdido. Espero que estas duas semanas sejam mais produtivas.
O embarque para Malta está marcado para o 25 de Abril. Tive o privilégio de poder escolher a data de partida. Fui com o P., o skipper. ver o bote no outro dia. Está em doca seca para pintar o casco o que espero que aconteça esta ou na próxima semana. Não é nada do outro mundo, um Jenneau Espace 1000, um bocado chaço por já ter umas décadas e não revelar uma manutenção brilhante, com aspecto de ter estado mais tempo parado a ser usado como casa de fim de semana do que a navegar. Não vou totalmente confiante com a robustez do bicho e cabos, adriças e escotas que lá estão, mas se o skipper não está preocupado, eu também não. Cheira-me que aquela janelagem toda vai meter água se formos à bolina e apanharmos mar de proa a sério. Mas tudo bem. Logo se vê. O motor pelo menos tem bom aspecto.
Há de lá chegar e depois de atravessar o estreito de Gibraltar, ficamos mais descansados.
Não tem AIS, o que gosto de ter sempre a bordo porque me reconforta saber que à noite sou um triângulo que aparece nos monitores dos super cargueiros que ali circulam em vez de um conjunto de luzinhas no mar e umas manchas no radar deles. Também não tem ploter, o que até me agrada porque assim a navegação vai ser à Carta, coisa que gosto de saber que vou aprender a usar como deve ser.
A porta teve de ser arrombada porque o dono do barco achou boa ideia levar as chaves e documentos para Malta. Antes da acção invasiva, ao espreitarmos lá para dentro ficamos animados por vermos que tinha um posto de navegação interior, ainda que com um leme um bocado foleiro, já que imaginámos nos turnos mais longos da noite ou de mau tempo não ter que se estar sempre lá fora. Ficámos desanimados por verificarmos ao entrarmos que o leme que lá está é meramente decorativo.
Fizemos uma vistoria geral ao material a bordo. Lá está. Barco de passeio de fim de semana, com direito a bibelots. Só faltam naperons. A lista de material em falta é grande mas ainda falta arrombarmos os dois lockers da popa, onde calculamos que esteja grande parte dele. Já sabemos que só leva 130 L de combustivel, o que não chega para não fazermos escalas se o motor for ligado grande parte do tempo. Levamos mais uns quantos litros de combustivel em jerricans que atestaremos em Gibraltar e a partir daí seria bom uma navegação directa. Ainda que não me desagradasse uma escala de uma noite algures na Sardenha ou Sicilia, também não me desgada a ideia de chegar a Malta a tempo de passar uns dias por lá antes do vôo de regresso.
A lista de mantimentos está alinhavada e vamos às compras este fim de semana. Nos próximos tempos vamos andar à volta do barco a preparar as coisas. Tudo isto é um processo que gosto e faz parte do embarque.
Para já é isto.
M.
A ver se fica mais cheio de carimbos que o anterior
A foto ficou ligeiramente assustadora e não me admirava que venha a ser o principal motivo para diversas revistas da bagagem nos diferentes aeroportos em que passar.
M.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Ponto de situação
- Pedido de passaporte novo - check
- Dentista - check
- Atestado médico - check
- vacinas (levei duas) - check
Possibilidade de embarcar ainda em Junho. Quero ter tudo encaminhado para estar disponivel para o que der e vier a partir de Maio.
À espera de resposta sobre o transporte de veleiro para Malta (a receber) em breve. A acontecer será provavelmente final de Abril ou ínicio de Maio. Tenho férias suficientes para tirar 10 dias para fazer as 1000 cento e tal milhas náuticas com o gajo de mar que mais respeito e gosto.
E com jeito ainda cumpro a promessa de uns dias de visita aos amigos do Porto.
Há coisas a acontecerem.
Nice.
M.
sábado, 17 de março de 2012
terça-feira, 13 de março de 2012
Escalas desejadas
St. John, Terra Nova - foto retirada da internet
Se tudo correr como espero e tiver alguma sorte, algures este ano hei de entrar neste porto embarcado.
M.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Perguntaram-me hoje se estou ansioso
Não.
Comecei por pensar e falar em Maio. Fazia sentido, era uma altura em que o embarque era provavel de acontecer com facilidade e dava para organizar tudo com calma.
Depois no trabalho a coisa teve de ser falada, espalhou-se a noicia mais cedo do que queria e percebi que até podia ser mais cedo. Comecei a pensar em Março ou Abril.
Falei nisso e disseram-me que as coisas estavam atrasadas e que o embarque mais seguro seria apontar para maio junho.
Esta semana falaram-me em Junho/Julho.
Por este andar passo o Natal e fim de ano no mar.
Básicamente, estou ansioso que o tempo passe para se aproximar o suficiente para ficar ansioso.
M.
Comecei por pensar e falar em Maio. Fazia sentido, era uma altura em que o embarque era provavel de acontecer com facilidade e dava para organizar tudo com calma.
Depois no trabalho a coisa teve de ser falada, espalhou-se a noicia mais cedo do que queria e percebi que até podia ser mais cedo. Comecei a pensar em Março ou Abril.
Falei nisso e disseram-me que as coisas estavam atrasadas e que o embarque mais seguro seria apontar para maio junho.
Esta semana falaram-me em Junho/Julho.
Por este andar passo o Natal e fim de ano no mar.
Básicamente, estou ansioso que o tempo passe para se aproximar o suficiente para ficar ansioso.
M.
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