domingo, 11 de agosto de 2013

No Panamá

No Panamá. Vivo e muito bem.
 Há muito para contar e pouco tempo para o fazer. a ver se mais tarde compenso.

Andei cerca de 38 horas em aeroportos e aviões, passei uma noite a dormir numa bancada do aeroporto de Santo Domingo porque o check in era às 5 da manhã e não valia a pena ir para um hotel. o vôo foi cancelado e fiquei no aeroporto até à tarde. Há um filme com o Tom Hanks em que ele vive uns tempos num aeroporto. Comecei a ponderar em também começar a construir um fonte mas não encontrei material nem sitio para isso.

Fui bastante bem recebido aqui. Já conheço o barco. Estava na doca seca para pintar o casco quando cheguei. Dois dias depois foi para a água. Tenho dois miudos a trabalhar comigo. Uma espécie de itenerantes que andam a viajar pela américa do sul com pouco dinheiro. Um, o Nano, vem da Argentina outro, Gaston, do méxico e cruzaram-se aqui no Panamá. São duas figurinhas de cromos de platina. Muito boa onda e boa gente. Temos vindo a preparar o barco para navegar, sempre a contra-relógio e com mais listas de coisas para fazer do que tempo. Ainda não estou inteirado de tudo nem sequer com metade do ritmo que gostaria de estar. Passo mais tempo a tentar perceber o que hei de fazer do que a fazer coisas própriamente.
Ainda estou longe de me considerar Skipper (ou Captain ou Capitan ou capi como insistem em chamar-me) mas hei de chegar lá. Em qualquer dos casos o barco tem que estar pronto na 3ª feira. Impreterivelmente. 4ª feira cruzamos o Canal do Panamá e rumamos a Bocas del toro. Depois navego uns dias com o Luís. A ver se aí ganho confiança suficiente para assumir o posto. Até lá sou imediato.

Para ser original o meu telemóvel não funciona aqui. O Luís arranjou-me um daqueles que não têm botões e são de massajar com o dedo. Há uns cerca de 60% de dificuldade derivada da estupidez que me assiste há longo tempo e uns 40% de resistência do meu subconsciente. Isto vai demorar.

 No café do clube onde estamos fundeados não há café nem internet desde há dois dias. A falta de um é tão grave como a falta de outro e só falta dizerem que se acabou a cerveja. Mas sempre incentiva à utilização do telemóvel sem botões.

 Estamos fundeados na boca do Canal num sitio que não é totalmente mau mas tem o inconveniente de estar separada do centro da cidade por El Chorrillo, o bairro cabeludo da cidade o que me obriga a apanhar um táxi cada vez que quero ir lá. Não tem piada.
 Bom. Depois continuo. Começo a ficar de consciencia pesada por ter deixado o Nano sózinho a bordo a trabalhar. Há uma lista grande de coisas a fazer até 3ª feira.

M.