sábado, 12 de setembro de 2009

Um ano de destinos

Há um ano atrás, precisamente um ano atrás, nem mais nem menos, no dia 12 de Setembro de 2008, eu estava a esta hora no carro a dirigir-me ao restaurante de um casal amigo meu que fica a uns 60 km daqui, na praia.
Nessa noite, jantei lá com o P., o dono e meu amigo desde o primeiro ano da faculdade e o E. que com eles trabalha e que conheço desde os meus 16 anos e é neste momento o meu melhor amigo.

Fui eu quem os apresentou um ao outro há coisa de dois anos atrás ou algo do género e como resultado de uma generosidade única e desinteressada por parte do E., que inicialmente os ajudou a levantar aquilo partilhando os seus conhecimentos a troco de absolutamente nada senão o facto de ser um casal meu amigo, sendo que eles não percebiam nada daquilo, acabaram por acasos do destino a trabalhar juntos. Neste momento, para além de colegas são amigos.

Nessa noite, estavam os dois de rastos. Literalmente de rastos. Pálidos, com olheiras e as energias abaixo dos limites aceitáveis do cansaço extremo. Tinham sobrevivido aos meses de verão que tinham passado desde a abertura apressada daquele espaço, meses a trabalhar a um ritmo alucinante, com uma equipa reduzida e com imprevistos que obrigaram a bastante improviso, jogo de cintura e high spirit.

O pior já tinha passado. As coisas começavam a acalmar e eles estavam naquela fase de entrar em ressaca e tentar interiorizar tudo o que tinham vivido.
Foi um jantar calmo, sereno, íntimo e muito preenchido. A seguir ao jantar fomos os três beber um copo num sitio a uns quilómetros dali. Um bar mais ou menos banal, meio estranho e alucinante até mas simpático.
Conversámos muito. Rimo-nos. Descontraímos e falámos dos acasos do destino que nos tinham juntado aos três, ali, naquele sítio, naquela noite, tão longe de Lisboa. Falámos de coisas importantes. Das coisas que verdadeiramente interessam na relação entre as pessoas. Falámos de entrega e partilha. Falámos de partilhar momentos únicos como aquele.

Combinámos que daí a um ano nos juntariamos novamente, naquele bar estranho, meio alucinante mas simpático, para celebrar os acasos do destino que juntam as pessoas.

É para lá que me dirijo daqui a bocado. Já passou um ano e nenhum deles se esqueceu.
Ligaram-me ontem a perguntar a que horas eu chegava.

Por vezes, muitas vezes, apercebo-me que sou um sortudo.

M.